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A guerra de defesa ucraniana e uma reflexão sobre a tragédia da guerra.

A guerra de defesa ucraniana e uma reflexão sobre a tragédia da guerra.

Como vimos no artigo anterior, não se justifica o ataque russo à Ucrânia.

No entanto, como fica a posição da Ucrânia à luz da Doutrina da Guerra Justa e seus básicos elementos?

1) Autoridade legítima:

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi eleito democraticamente e é reconhecido pela maioria de seu povo como líder. Sendo assim, detém a qualidade de autoridade legítima para comandar sua nação diante de uma guerra e lutar para defendê-la. O problema da sua liderança é saber se existe reta intenção.

2) Justa Causa:

Além de ter o direito de defender a integridade territorial do país e sua soberania, relatos sobre a agressão russa autorizam a Ucrânia a guerrear defensivamente e expulsar o invasor.

Dentre os relatos recentes, temos o do padre Pawel Tomaszewiski, que disse ao Vatican News: “Eles destroem a cidade [Mariupol] com intenção diabólica, eles a destroem até o chão”.

Confirmando o que foi dito pelo padre, o Arcebispo da Igreja Greco-católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuck, em mensagem de vídeo, afirmou: “Hoje nos sentimos especialmente angustiados pela cidade de Mariupol, onde está ocorrendo um verdadeiro genocídio”.

O massacre de Bucha, ainda mais recente, perpetrado pelo exército russo não deixa dúvidas de que a guerra de defesa da Ucrânia é justa e indispensável.

3) Intenção reta:

Com meios proporcionais, necessários e legítimos, a Ucrânia tem o direito de lutar contra o invasor russo, visando a reta intencão e a propagação do bem comum.

O problema, como dissemos acima, é conseguir saber se a reta intenção continuará a existir a partir das decisões do presidente ucraniano.

Sabemos que existem separatistas pró-Rússia em alguns Estados ucranianos e que estes podem querer, realmente, a separação da Ucrânia. É algo que só poderá ser aferido em tempos de paz e com o pertinente instrumento democrático de consulta à população. A intenção reta passa por essa consulta.

Outrossim, o presidente ucraniano é um aliado daqueles líderes mundiais que querem impor uma Nova Ordem Mundial, que contraria tudo o que fundou o ocidente, perseguia a oposicão no país ainda em tempos de paz e pode usar a guerra para eliminá-la totalmente.

Compreende-se, excepcionalmente, a lei marcial em tempos belicosos, mas após cessar a guerra e para confirmar a legitimidade de sua liderança terá que restaurar a normalidade democrática quando sobrevier a paz, confirmando assim a reta intenção na guerra de defesa.

A Doutrina Católica da Guerra Justa é sólida e nos ajuda a esclarecer pontos obscuros num conflito bélico, que de toda maneira é uma tragédia.

Pode causar estranheza um cristão defender guerras justas.

Os primeiros cristãos condenavam todas as formas de guerra. Talvez a proximidade da passagem do Cristo na Terra os tenha motivado a isso.

O passar dos séculos demonstrou, no entanto, que a maldade só fez aumentar nas mais diversas formas e junto com ela as guerras.

A guerra é uma tragédia, mas pode ser justa e necessária. Para acabar com essa chaga seria necessário extinguir a maldade.

Nosso Senhor Jesus Cristo não está ausente dessa tragédia. Ele nunca nos abandona. O Cristo está presente na angústia do justo que luta contra o mal e na agonia do inocente que padece.

Agências reguladoras

Leia também:

A “profecia” de Graham Greene sobre a Rússia

O conselho de C.S. Lewis para aqueles que vivem preocupados com o fim do mundo

Publicado no blog Guedes & Braga

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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