A tragédia do comunismo está em não reconhecer que pode haver uma cooperação benfazeja em todos os níveis da realidade.
Não precisa, necessariamente, haver contradição para que haja depois a perfeição.
Aprofundar contradições ou forçosamente causá-las é disseminar o ódio e isto é uma tragédia.
Por isso mesmo, o ódio pode estar na base do comunismo, não sem razão, pois é necessário opor uns contra os outros, haja vista que o que está em jogo é a liberdade e a igualdade contra a opressão em todos os níveis concebidos na existência humana.
Jamais a autoridade e os patrões, na visão marxista, cederiam a pedidos pacíficos pela justiça social, pela diminuição ou eliminação da desigualdade.
Lênin, seguindo Marx, atualizou o pensamento deste e transpôs a luta de classes para toda categoria em que exista diferença ou autoridade.
Assim, por exemplo, além de patrões terem que ser odiados pelos empregados, estudantes têm que odiar professores, filhos têm que odiar pais, etc
Tudo isso em nome da liberdade contra a opressão e pelo igualitarismo em nome do comunismo que traria a paz e a redenção para a humanidade.
O desejo de encontrar a verdade pelos pensadores e líderes marxistas, a exemplo de Lênin, transformou-se em desejo pelo poder através da pregação do ódio.
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Queiramos ou não, sem qualquer laivo de igrejismo e pieguismo, para não dizer carola, o ateísmo é a “consciência” do marxismo. É a sua “alma”. Sem religião, no sentido moral e ético, sem consciência.
Sem consciência, o que pesa ou vale, moralmente, ceifar milhões e milhões de vidas em prol de um fim?
Se a vida, intrinsecamente, é destituída de qualquer valor superior, matar em nome de uma causa maior (isso é o que dizem ou diziam!) tem valor. Assim pensava Che (médico), assim também pensava Oscar Niemayer (arquiteto).
O ódio é um sentimento destruidor da mente e da alma.
O cinismo também é.
No antagonismo aparente entre o comunismo e o capitalismo há muitos interesses.
A liberdade de escolha é o grande patrimônio da humanidade.