Dante e a filosofia política
Dante e a filosofia política
Em Monarchia (Monarquia), Dante Alighieri desenvolve o seu pensamento de filosofia política.
Defende, neste escrito histórico, entre outras coisas, a independência do poder temporal em relação ao poder espiritual. A descanonização do Estado
e o princípio da laicidade passam por essa obra.
O Papa Urbano VIII havia publicado a bula Unan sanctam em que declarava a submissão do poder temporal ao Espiritual, ou seja, do Estado à Igreja.
Sendo assim, todos os príncipes e reis cristãos, as cidades-estado, reinos estariam submetidos à Igreja Católica e à autoridade do Papa.
A motivação de Dante para compor Monarchia, além da contraposição filosófica à decisão papal, foi trazer a perspectiva do Poder espiritual livre da instrumentalização política ou da contaminação mundana.
Por exemplo, no Sínodo da Amazônia, onde a Igreja Católica, por incentivo do Papa Francisco, age como uma grande ONG preocupada com a ecologia e os destinos econômicos, políticos e sociais do mundo, a obra filosófico-política dantesca ganha atualidade.
Não que a Igreja deva ficar alheia às coisas do mundo, mas a contribuição que ela deve dar a esse ou qualquer tipo de assunto é sobre a verdade que envolve o cristianismo.
O problema é confundir o efêmero com o permanente, o relativo com o absoluto, entre outras nuances que podem obscurecer a religião cristã em detrimento da política.
O poeta, filósofo e político Dante sabia como o entrelaçamento entre religião e política poderia ser perigoso e também ruinoso para a Igreja.
Uma vez separado o poder civil do poder religioso, acreditava ele, estaria a Igreja resguardada da corrupção do mundo material.
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