Entre a realidade e a imaginação

 Entre a realidade e a imaginação

Na verdade, não existe esse limbo. A realidade é algo que se faz presente, palpável, mensurável e que é captado pelos nossos sentidos. A partir dessa informação captada por nossos sentidos, passamos a fazer as operações mentais que vão formar aquilo que chamamos de ideia! E o que vem a ser a ideia? Ideia é a representação intelectual do objeto dado pela realidade e que foi capturada por nossos sentidos. E nessa operação mental temos níveis que vão da imaginação às intuições angelicais! Não existe vácuo. A racionalidade tem que se apoiar na fé (Fides et Ratio) para bem ser utilizada. Crer para compreender. Compreender para crer. “Mas não tinha o meu voo um tal poder; Até que minha mente foi ferida
Por um fulgor que cumpriu seu querer. À fantasia foi-me a intenção vencida; Mas já a minha ânsia, e a vontade, volvê-las fazia, qual roda igualmente movida, O Amor que move o Sol e as mais estrelas.” (A Divina Comédia, Paraíso).
 Nesses versos de beleza estrondosa, Dante admite ter a imaginação capitulado, a fantasia ser contida para contemplar a Plena Realidade, com toda a sua inteligência, “mente foi ferida por um fulgor que cumpriu seu querer”. Ou seja, aderiu fielmente, através da razão, à Revelação da Verdade, sob o influxo da vontade, guiada pela Graça. Pois, sempre é bom lembrar a todos os cristãos, principalmente, aos católicos, que fé e razão andam juntas. Quando se separou a fé da razão, através de Lutero, tivemos o fideísmo e, por conseguinte, o primado da fé sem a racionalidade, o que desintegrou a religião da cristandade.
Depois, com Descartes, tivemos a separação da racionalidade da fé e se estabeleceu o primado da razão o que desintegrou o pensamento da cristandade.

Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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Luís Fernando Pires Braga

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