Democracia e a Ideia de Sociedade Cristã em T.S. Eliot
Democracia e a Ideia de Sociedade Cristã em T.S. Eliot
Democracia: “é o pior regime político, excetuado todos os outros”, dizia Churchill. A democracia tem sua história iniciada na antiga Grécia, no entanto os escravos, por serem considerados objetos, não tinham participação política.
Na Idade Média, a liga Helvética foi uma forma rudimentar de democracia participativa. Situou-se, geograficamente, entre Suíça e outros países vizinhos. Modernamente, com a queda do absolutismo e com a dissolução do poder da realeza, transferiu-se o poder ao parlamento.
Depois, com a revolução francesa, estabeleceu-se o sufrágio universal e a supremacia do voto. A democracia é representativa. O povo não a exerce plenamente como, etimologicamente, sugere a palavra.
É feita por delegação.A forma de exercê-la é direta ou indireta. Direta; plebiscito e referendo, indireta: por delegação. E podem ser usados os dois modos num país.
Diante desse breve histórico e de sucintas definições, tem-se que a democracia é um processo político que pode dar certo, ou errado. É da essência dela.
Não custa lembrar que Hitler chegou ao poder democraticamente.O que importa são os valores e os valores cristãos podem ser difundidos de modo a tornar a sociedade cristã.
O ideal cristão que pode ser expresso, em comparação com o Iluminismo, da seguinte forma: liberdade com responsabilidade, para fazer o bem, com limites, a respeitar a si próprio, a natureza humana e o mundo; igualdade que não se confunde com igualitarismo, respeitando as diferenças inerentes à cada um e à cada coisa, tendo em vista que somos todos irmãos, não iguais; a caridade é algo muito maior do que a fraternidade, é dom de Deus, é a doação por inteiro ao próximo.
No entanto, esses valores vão se diluindo, em meio à difusão programada do subjetivismo, do rebaixamento cultural e da promiscuidade. T.S. Eliot, no seu ensaio “A idéia de uma sociedade cristã”, assim se expressa sobre esse estado de coisas ocorrentes na democracia liberal e de como se destroem aqueles valores:
“Destruindo hábitos sociais tradicionais das pessoas, dissolvendo sua consciência coletiva natural em componentes individuais, autorizando a opinião dos mais tolos, substituindo instrução por educação, encorajando a esperteza no lugar da sabedoria, o arrivista e não qualificado, alimentando uma noção de ascensão cuja alternativa é uma apatia desesperadora, o liberalismo pode abrir caminho para sua própria negação: controle artificial, mecanizado ou brutalizado, que é um remédio desesperado para seu caos.”
Eliot, então, concorda com Christopher Dawson, o eminente historiador, que prevê o surgimento de “uma espécie de democracia totalitária”. Ou seja, um Estado que tem um grupo de líderes inatingíveis a transmitir os valores que eles julgam verdadeiros a uma população escrava que aceita sua realidade como uma manada de porcos a chafurdar na lama.
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