A história de Shiro Ishii e a vingança chinesa

A história de Shiro Ishii e a vingança chinesa

A história de Shiro Ishii e a vingança chinesa

Dissemos no artigo anterior que Jack London temia o “perigo amarelo” representado pelo crescimento da China e a transformação dela em uma superpotência.

Pois bem, o presente texto, pela aparência, poderia ser uma ficção ou parte de uma teoria da conspiração: Um país asiático poderoso (Japão) tem um “cientista maluco” a seu serviço que produz, no seu moderno laboratório, armas biológicas como chocolate contaminado por bactérias para ser distribuído às crianças do país inimigo.

O uso desse arsenal diabólico visa a conquista do mundo. Mesmo com essas terríveis armas aquele cientista perde a guerra, mas é convidado pelo país vencedor(EUA) a chefiar seu projeto de armas biológicas.

O povo do país que sofreu o ataque com armas biológicas sobrevive em grande parte(China). A nação cresce, vira uma superpotência e seus governantes têm, em seu país, avançados laboratórios que podem produzir armas biológicas.

Não é mais um conto de London, nem de outro grande ficcionista. Essa é uma história assustadoramente real!

O Japão ocupou militarmente a Manchúria em 1932.

Um cientista talentoso do exército japonês, Shiro Ishii, convenceu seus superiores a fazer daquela área um enorme laboratório.

Conseguiu, assim, transformar uma propriedade perto de Harbin(hoje, oitava cidade chinesa) num gigantesco laboratório de guerra química e biológica.

Esse laboratório, “batizado” de Unidade 731, possuía tecnologia de ponta para Ishii e seus cientistas trabalharem. Além disso, tinha bar, restaurante, biblioteca, auditório para mil pessoas, piscinas para crianças. Era uma mini cidade- laboratório e o complexo militar-industrial comparável ao Projeto Manhattan dos aliados para fabricação da bomba atômica.

Microbiologista genial e perverso, Ishii usava cobaias humanas nos seus experimentos.

Acreditava que chineses e coreanos eram sub humanos e, nas suas experiências, esses povos foram vítimas preferenciais dele e de seus comparsas.

Sucumbiram mais de 3.000 cobaias humanas. As armas infernais de Shiro Ishii continham, entre outros micróbios, os seguintes agentes patogênicos: cólera, tifo, antraz, tétano…

O sonho dele era criar uma superarma biológica capaz de arrasar continentes e garantir a hegemonia japonesa.

Shiro Ishii participou ativamente da Segunda Guerra Mundial.

Perdeu a guerra e não conseguiu a superarma que queria, contudo não foi julgado em tribunais internacionais e ainda foi premiado.

Emigrou para os EUA onde chefiaria o projeto de armas biológicas desse país.

Antes disso, comandara uma expedição contra o povo chinês em 1942:

“Ishii conduziu pessoalmente uma campanha de guerra biológica contra a população chinesa de Naijing. Além de coordenar a contaminação de poços com tifo, distribuiu chocolate com antraz para as crianças do lugar. As armas desenvolvidas por ele e a sua equipe incluíam obuses de artilharia recheados com bactérias e bombas aéreas que levavam pulgas portadoras de pragas.

Todas essas armas foram testadas em prisioneiros. Os testes de campo eram feitos com pessoas atadas a estacas, em locais próximos à Unidade 731, para que as armas explodissem nas cercanias.”(Do livro “Os homens do fim do mundo”)

De todas as atrocidades imperdoáveis cometidas por Ishii, talvez a mais perversa seja essa dos chocolates com antraz para crianças chinesas que acabaria por matá-las asfixiadas.

O historiador Sheldon Harris chegou a afirmar que ninguém “poderia rivalizar com as desgraças praticadas por Ishii e seus pesquisadores.”

Hoje, o país que abrigou Shiro Ishii, os EUA, são vítimas de um vírus chinês, assim como quase o mundo todo. As consequências sócio-econômicas já estão acontecendo e são devastadoras!

Não sabemos se este vírus foi criado num laboratório, nem conhecemos o ódio e o desejo de revanche que podem habitar o coração de cada chinês que conhece essa história, mas podemos desconfiar que a vingança e a estratégia de dominação chinesas estão só no começo!

Para ler outro texto sobre Jack London, clique aqui.

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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