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A polêmica de Luc Montagnier sobre a vacinação e as lições da “História da medicina” de William Bynum. A necessidade da desconfiança em tempos de pandemia.

A polêmica de Luc Montagnier sobre a vacinação e as lições da “História da medicina” de William Bynum. A necessidade da desconfiança em tempos de pandemia.

A vacinação é uma coisa antiga e sempre foi tida como algo bom.

Em sã consciência ninguém é contra ela. Só precisamos desconfiar de campanhas de vacinação quando aparecem interesses bilionários de empresas farmacêuticas, questões político-ideológicas de governantes inescrupulosos e quando as vacinas contêm componentes que podem ser prejudiciais ao ser humano. Desconfiemos, também, quando houver o desespero para se resolver uma questão emergencial de saúde pública.

Some-se a isso, o problema da aplicação dos imunizantes no meio de uma pandemia.

Pois bem, o cientista Luc Montagnier, prêmio nobel de medicina, disse que essa vacinação experimental, em escala planetária, poderia gerar cepas virais cada vez mais agressivas e de difícil controle.

Alvo de polêmica inútil dos checadores de notícias da internet, o eminente cientista nada mais fez do que antecipar uma hipótese que pode ou não se confirmar. A ciência jamais avançaria sem essa antevisão das coisas. Ele não afirmou uma indemonstrabilidade. O problema é a ignorância ou a maldade dos verificadores de notícias da internet.

Além disso, Luc Montagnier, no ano 2000, já havia escrito sobre “germes multirresistentes” no artigo “Perigos e Consciência”, lembrando, entre outras coisas, que até hoje não se sabe como surgiu a gripe espanhola e que uma variante desta poderia ser causa de uma nova pandemia. (segue o link abaixo).

Por outro lado, não há como deixar de traçar um paralelo com a hipótese de Montagnier e os problemas dos estafilococos, antibióticos e dos “agentes da malária, tuberculose e HIV”, descritos por William Bynum.

A questão consiste no fenômeno evolutivo da característica hereditária que dá vantagem ao microrganismo, fortalecendo-o. Bynum, em sua “História da Medicina”, relata:

“A resistência a antibióticos entre muitos microrganismos patogênicos é comum hoje, mas o ambiente rico em antibióticos dos hospitais faz com que sejam o lugar ideal para que esse fenômeno evolutivo ocorra. A resistência a antibióticos acontece quando uma mudança genética aleatória em microrganismo produz alguma característica que ele permite que ele resista ao antibiótico. Da forma que Darwin teria entendido, a nova característica hereditária dá uma vantagem ao microrganismo, e ele se fortalece. O estafilococo, uma bactéria comum que causa bolhas, mas também infecções mais sérias, era inicialmente suscetível à penicilina, a droga maravilhosa da década de 1940. Ele logo se tornou resistente, e quando foram desenvolvidos novos antibióticos adquiriu resistência a muitos deles. Hoje o conhecemos pela sigla SARM (staphilococcus aureus resistente à meticiclina). É um problema sério em hospitais e, uma vez que sempre há movimentação entre hospitais e o mundo externo, é um problema para as comunidades também. Os agentes da malária, tuberculose e HIV desenvolveram resistência a todos os tratamentos convencionais, complicando essas que são doenças importantes em todo o mundo. O hospital não causou esse fenômeno, quem o causou foi a ação humana. Mas elementos patogênicos resistentes a medicamentos são tão comuns hoje em dia que os hospitais modernos às vezes perdem seu desejado epíteto, “casas de cura”, e voltam a ser vistos como antigamente, “passagens para a morte”.”

Como bem dito por Bynum acima, não são os hospitais os culpados por esse estado de coisas, mas a ação humana.

Por isso mesmo, podemos desconfiar da ação humana na vacinação emergencial e experimental, em escala planetária, movida por vários interesses que vão além da prevenção de uma doença.

Leia também:

Vacinas contra a covid-19. A questão moral.

O documento “A Voz das Mulheres em defesa dos Não-nascidos”. A relação entre as vacinas e o aborto.

Luc Montagnier: perigos e consciência – 30/01/2000

Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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