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A “Profecia” de Graham Greene sobre a Rússia

Arguto observador da cena política mundial durante a Guerra Fria, Graham  Greene, “o maior dos convertidos ingleses”, conforme disse dele Otto Maria Carpeaux, escreveu “Um lobo solitário”.

Este livro, lançado no início dos anos 80, do já distante século XX, era sobre o General Omar Torrijos, homem forte do Panamá que governou aquele país de 1969 a 1981, implantando lá uma ditadura populista de esquerda.

Greene dizia ser a política “jogo de vida e de morte”, principalmente nos países de terceiro mundo que eram usados como fantoches pelas duas superpotências da época, EUA e URSS.
Naquele livro, há um diálogo entre o grande escritor inglês e o ditador panamenho onde Greene faz uma previsão certeira sobre o destino político da Rússia e qual tipo de homem a reformaria.

O diálogo: “Falamos também da Rússia e de uma das minhas teorias favoritas de que um dia a KGB estaria sob controle e se mostraria mais à vontade para tratar com os pragmáticos do que com ideólogos.

A KGB recrutava das universidades os estudantes mais inteligentes, que falavam idiomas estrangeiros, que conheciam o mundo exterior e Marx significava pouco para eles. Poderiam ser instrumentos de uma medida de reforma interna”(Graham Greene).

Omar Torrijos responde:
 “O que  você me diz me interessa. Fui visitado não faz muito tempo pelo diretor da KGB na América do Sul, um homem jovem, muito culto. Falava um excelente espanhol. Fui muito cauteloso com ele, porque temia uma cilada.”

Em 1996, um jovem ex Tenente-coronel da KGB, culto, poliglota e astuto já era parte integrante do governo de Bóris Iéltsin.

Era fruto daquela geração culta trazida das universidades, conforme observara Greene e que um dia poderia vir a reformar a Rússia.

Em 1999, esse ex agente da KGB assumiria o Poder. O nome dele: Vladimir Putin.

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