O “Culto à celebridade” e a “cultura do cancelamento”. Declínio cultural e civilizatório.

O “Culto à celebridade” e a “cultura do cancelamento”. Declínio cultural e civilizatório.

O “Culto à celebridade” e a “cultura do cancelamento”. Declínio cultural e civilizatório.

Definimos cultura como uma comunidade de pensamento que cria e preserva atividades intelectuais e espirituais superiores.

O culto à celebridade, ao contrário, subproduto da cultura do espetáculo, é um dos piores lixos já inventados pela indústria cultural de massa.

Potencializado ao extremo pelas redes sociais, esse tipo de admiração se transforma numa espécie de religião maldita, onde há um deus e seus seguidores.

Esse tipo de culto é fruto de paixões desordenadas e vazio interior. Cultuam-se celebridades, não por causa de um bom conteúdo, mas por fazerem espetáculos hediondos que preenchem momentaneamente aqueles vazios e estimulam as vis paixões.

Desses miseráveis shows, artistas medíocres ou personalidades públicas de qualquer outro espetáculo passam a opinar sobre qualquer assunto e seu rebanho passa a dar crédito às sandices ditas.

Os seguidores das celebridades são numerosos demais, nisso reside a sua força. São aquilo a que Nelson Rodrigues chamou de “onipotência numérica dos imbecis”.

É a marca da vulgaridade que se alastra em profusão por toda a sociedade. “A característica do momento é que alma vulgar, sabendo que é vulgar, tem a coragem de afirmar o direito da vulgaridade e o impõe em toda parte”, dizia Ortega y Gasset em a “Rebelião das massas”.

Ao se opor à cultura do espetáculo, ao “culto da celebridade” e a seus discípulos, surge um outro subproduto nojento chamado de “cultura do cancelamento”. Esta nada mais é do que a censura imposta por aquela “onipotência numérica dos imbecis” e posta em prática pela “elite cultural massificada da vulgaridade”. Ou seja, o alto comando da imbecilidade censurando gente de bem que os critica.

Dessa forma, como alertava Ortega y Gasset, no mesmo livro, “quem não for como todo mundo, correrá o risco de ser eliminado”. Eliminar-se-á também, podemos dizer, a própria civilização.

Leia também:

Edgar Allan Poe, o jogo de xadrez e a pobre cultura engendrada pelo audiovisual. O problema de séries como o “Gambito da Rainha”.

“O Grande Reset, o fim do livro e a resistência literária”

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Publicado no blog Guedes & Braga

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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