Dante e o princípio da não-contradição

Dante e o princípio da não-contradição

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Dante e o princípio da não-contradição 

 Na lógica formal aristotélico-tomista, a realidade é apreendida pelos sentidos a qual, através da inteligência, concebe uma ideia.
Ideia é a representação intelectual do objeto.

Exemplo: ao observarmos uma árvore que foi apreendida pelo sentido da visão fazemos uma representação no intelecto do objeto existente.

Segue-se o juízo que é o ato de afirmar algo de alguma outra coisa.

O juízo é composto necessariamente de três partes.

O sujeito, que é o ser de que se afirma ou nega algo.

O atributo ou predicamento, que é o que se afirma ou nega do sujeito.

E o verbo, que é o elo entre o sujeito e predicado, formando assim, a proposição que expressa o Juízo através daqueles termos.

As proposições, quanto à extensão, podem ser universais: Quando admite universalmente algo sobre o sujeito(ex.:a racionalidade exprime a essência do homem; Particulares: Aquelas onde o sujeito é um termo particular(ex.: algum homem é mau);

Singulares: São aquelas em que o sujeito é um termo singular(Ex.: João é velho; Maria é bonita).

As proposições singulares e particulares são relacionadas às universais.  As proposições, em suas diversas relações, podem se opor.

As contraditórias, então, são aquelas em que há uma afirmação e uma negação, não podendo ser verdadeiras, nem falsas ao mesmo tempo.

Dante, discípulo de Aristóteles e Santo Tomás de Aquino, nos versos da Divina Comédia, usou dessa lógica implacável, da não-contradição, para se fazer justiça.

Usando a brilhante e premiada tradução de Ítalo Eugênio Mauro, já mencionada nesse site quando de outro texto, assim se deu ocorrido:
Guido da Montefeltro era homem de armas, ardiloso, cruel e passara toda a vida assim.

Ajudado por um Papa corrupto que lhe dera prévia absolvição e entrando para um convento franciscano, no final da vida, achava que escaparia do tormento eterno.

Em sua vida particular e pública, Guido, segundo Dante, pecara com consciência durante toda a existência o que o levaria, logicamente, quando da sua morte, à condenação eterna, pois absolvê-lo seria flagrante contradição e, por conseguinte, uma injustiça.  E o diabo, usando de implacável lógica diz:

“Pra cá ele virá c’os meus penados, por ter sido de um dolo conivente, desde o qual o retenho aos meus cuidados;”

“Que não pode absolver-se o impenitente, nem pode o arrependido inda querer, pela CONTRADIÇÃO que o não consente”.

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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