“Direitos espirituais”. Reflexões a partir do livro “Quatro amores” de C. S. Lewis.
Podemos definir “direitos espirituais” como as prerrogativas que o ser humano tem em receber assistência espiritual e exercer sua religião livremente. Exemplifiquemos: o direito a não morrer sozinho num hospital e receber a extrema-unção; o direito e o dever a frequentar missas e cultos livremente, etc.
É dever do crente prestar culto a Deus e é também um direito fundamental, não podendo ser proibido por nenhuma autoridade civil. A única forma de negar isso seria provar que a vida é um epifenômeno da matéria e que o destino do homem é o nada, não existindo, portanto, Deus.
Espirituais, ressalte-se, no sentido de espiritualmente bom ou relativo ao Espírito Santo, como explica Lewis em seu livro “Quatro amores”:
“Em vários contextos do Novo Testamento, ela [a palavra espiritual] significa “relativo ao Espírito Santo”, e nesses contextos o espiritual, por definição, é bom”.
No entanto, existe, nos nossos tempos, e isso ficou muito claro nessa pandemia, uma busca pela felicidade espiritual que se traduz somente na erradicação de uma doença e num paraíso terrestre pós-pandêmico. E se ocultistas ou gnósticos usam a palavra espiritual para designar esse “paraíso terrestre” como algo não corpóreo, não animal ou não instintivo, isso nada tem a ver com os verdadeiros “direitos espirituais” que provêm de Deus e se cristalizam na sociedade.
Por outro lado, amar a vida é algo bom, mas, “a partir do momento que esse amor vira um deus, ele se transforma num demônio”, adverte Lewis ao citar o escritor Denis de Rougemont na mesma obra. Ampliando essa perspectiva, podemos dizer que proteger somente a vida física, porque pessoas a amam em demasia e negar a vida espiritual, proibindo outras pessoas de exercer plenamente a sua religião, na saúde ou na doença, é transformar essa proteção num demônio.
Essa tragédia espiritual, de certa forma, pode ter ajudado a provocar a perseguição a religiosos, o fechamento das igrejas e a negação aos doentes da unção dos enfermos nos hospitais.
Os “direitos espirituais”, apesar de toda perseguição, são imprescindíveis. Eles nascem do Amor a Deus, da necessidade natural de prestar-Lhe culto e de ser salvo por Ele.
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