Um breve ensaio sobre a moral tomista relacionada ao homem comum
“Naquela hora Jesus, exultando no Espírito Santo, disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado.” (Lucas 10:21)
A partir do estudo da obra aristotélica, Santo Tomás de Aquino nos deu a melhor concepção de Moral.
Sem rejeitar o “eudemonismo racional” de Aristóteles, Tomás de Aquino corrigiu essa teoria e acrescentou o que faltava.
O “eudemonismo racional” de Aristóteles é uma concepção elevada de moral que, de certa forma, só beneficiaria as mentes mais privilegiadas.
Caracteriza-se, essa concepção, como um exercício da inteligência até a contemplação da verdade, que é o máximo da inteligibilidade, ou seja, o encontro da inteligência com Deus.
Diante dessa concepção aristotélica, o homem comum estaria excluído de chegar a uma moral elevada, pois, ao não conseguir fazer os raciocínios necessários dos “gênios”, estaria fora da real concepção ética e não poderia alcançar a verdadeira felicidade.
Chesterton, em sucinta biografia do Doutor Angélico, explica porque Tomás de Aquino corrigiu, com razão, Aristóteles:
“São Tomás adota a visão de que as almas de todas as pessoas comuns que trabalham duro e têm mentes simples são tão importantes quanto as almas dos pensadores e buscadores da verdade. (…) A conclusão que ele tira é que os homens devem receber as verdades morais mais elevadas de uma maneira milagrosa, ou a maioria dos homens não a receberia de forma alguma.”
Os argumentos que Santo Tomás adota para isso são racionais e naturais, mas todos vão em direção ao sobrenatural. É, por assim dizer, a “santificação dos sentidos” como “janelas da alma” por onde é captada a realidade, levando o homem à sobrenaturalidade e, assim, agir conforme os mandamentos de Deus.
É por essa razão que encontramos tantas almas humildes plenas de sabedoria divina, praticando as mais nobres virtudes. Ao mesmo tempo, que observamos vários gênios da ciência, por exemplo, que apesar do uso intenso da inteligência, não conseguem chegar ao ápice da moral nem com o uso da teoria do “eudemonismo racional” de Aristóteles.
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