O itinerário intelectual da busca pela felicidade à luz do pensamento de Santo Tomás de Aquino.
“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma (…)” (Carta de São Paulo aos Filipenses 4: 4-5)
“Felicidade o último fim dos desejos”, afirma São Tomás de Aquino.
Esse desejo de felicidade está profundamente enraizado no coração humano.
Para alcançar a felicidade é necessário conjecturar bem e tomar as decisões certas livremente. Erros na busca pela felicidade, ao contrário, podem destruir a vida de uma pessoa.
A consequência desses erros será o incessante desejo, o tédio, a angústia e o desespero, não a felicidade.
Necessário, então, conjecturar bem e tomar, livremente, decisões certas para ser feliz.
Ser livre para escolher implica saber escolher. Essa escolha, então, deve ser racional e virtuosa.
“Está na mente de todos os racionais que o prêmio da virtude é a felicidade”, diz São Tomás.
Dessa forma, o ser humano deve tomar decisões racionais com base em virtudes na busca pela felicidade, pois o homem naturalmente a deseja. “A razão manifesta isto”, assegura Tomás de Aquino. Necessária, então, a prática da virtude para educar o desejo.
Continua o Doutor Communis:
“Dizemos, realmente, felicidade o último fim dos desejos. E o movimento do desejo não procede em infinito, pois vazio seria o desejo natural, visto que o infinito não chegaria a fim. Mas, sendo o bem universal o desejo de natureza intelectual, só poderia fazer feliz verdadeiramente aquele bem que, alcançado, não deixa mais bem algum que se possa desejar”.
Como mencionado acima, o “movimento do desejo” não pode proceder ao infinito.
Se o ser humano não prestar atenção nessa intemperança do “movimento do desejo” entrará, num determinado momento, em desespero, caso não busque a virtude, já que nenhum bem terreno pode saciar o homem. Quanto mais se tem mais se quer e quanto mais se quer menos se sacia, corrompendo, assim, o desejo de possuir o bem perfeito.
Esse bem perfeito que “não deixa mais bem algum que se possa desejar” (…) , “não se encontra senão em Deus o bem universal. Nada há, pois, que possa fazer feliz o homem, enchendo-lhe o desejo, senão Deus”, ensina São Tomás.
Então, como nos demonstra o Doutor Angélico, caso os seres humanos façam as escolhas erradas e continuem a procurar a felicidade unicamente nos bens terrenos, terminarão por onde começaram: no incessante desejo, no tédio, na angústia e no desespero.
Ao contrário desses, a saciedade do desejo humano da felicidade se encontra plenamente em Deus e, para o cristão, ocorre através de Seu Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Feliz Páscoa!
P.S.: 1 – O itinerário em esquema:
Desejo – Felicidade – Conjecturar bem para escolher o caminho certo – Usar a Razão – Praticar a virtude – Fazer a escolha certa – Alegria final – Saciedade: Deus, o Bem Perfeito e Universal.
2 – Os trechos e as citações foram retirados das seguintes obras de São Tomás de Aquino:
“Summa Theologica”
“Do Governo dos Príncipes ao Rei de Cipro”
Leia também:
A questão da democracia em Tomás de Aquino na obra “Do governo dos príncipes ao Rei de Cipro
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