O livro como meio terapêutico em Viktor E. Frankl: a grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte I.

O livro como meio terapêutico em Viktor E. Frankl: a grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte I.

  O livro como meio terapêutico em Viktor e Frankl: a grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte I.

Foi em 1975, na Conferência inaugural da abertura da semana do livro, em Viena que o eminente psiquiatra Viktor E. Frankl proferiu brilhante discurso sobre o livro como meio terapêutico.
Dizia ele que era com absoluta seriedade clínica que recomendava a biblioterapia e esta, de modo algum, era apenas leitura de livros técnicos.
Ressaltava:”o livro certo na hora certa tem preservado não poucas pessoas do suícidio e isto nós psiquiatras sabemos por experiência própria”.
Fazia a ressalva que tinha que ser uma boa literatura, não algo de baixo nível cultural.
Dada a paixão política excessiva e fé que se deposita em políticos, a grande literatura pode ter efeito terapêutico em conter o fanatismo nessa área, verdadeira tara de grande parte da humanidade. Seguem excertos de livros sobre o assunto.

Contra o populismo, seja de direita ou de esquerda, Karl Jaspers em “Introdução ao pensamento filosófico”: “O mundo da liberdade política estará perdido se não aparecerem, a cada geração e por meio da educação de homens livres, os grandes estadistas…
Consideram compensador o risco enfrentado…São dotados de coragem, sagacidade e paciência. Deles se pode dizer o que se disse de Péricles: desde que começou a governar Atenas, nunca mais o viram rir.”

“Os políticos são diferentes. Oportunistas, facciosos, forjadores de mentiras e de intrigas. Inescrupulosos, agem, em nome da liberdade, contra a liberdade. Envolvidos, escapam pela via de palavra falsa e espirituosa. Ofendem, pela maneira de portar-se.. Com palavras sentimentais, eles representam a comédia da seriedade. São coveiros da liberdade.”

Para que não se endeuse o povo, a massa, objeto principal do discurso político e a elite cultural massificada da vulgaridade, nos alerta Ortega y Gasset em “A Rebelião das Massas”:

“A característica do momento é que a alma vulgar, sabendo que é vulgar, tem a coragem de afirmar o direito da vulgaridade e o impõe em toda parte.”

“A massa faz sucumbir tudo o que é diferente, egrégio, individual, qualificado e especial. Quem não for como todo mundo, correrá o risco de ser eliminado…”

Aos que se surpreendem com golpes ou traições na política, Suetônio traz em “A vida de Júlio César”, talvez, a mais famosa de todas:

“Tu quoque, Brute, fili mi”
“Até tu, Brutus, meu filho”
César exclama ao ser apunhalado pelo filho, um dos conspiradores republicanos.

P S.: Não se trata, neste presente artigo e no próximo, de ter tido este autor a imprudência de ser uma “metralhadora giratória” a diminuir a importância da política e de suas vertentes.
Sabemos, desde Aristóteles, que “o homem é um animal político”. E com Tomás de Aquino, completando a noção do Estagirita que o homem é um animal social, “vivendo em multidão mais do que os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade”.
E os textos escolhidos buscam desenvolver o espírito crítico do cidadão, haja vista que boa parte do povo brasileiro e da humanidade são movidos, muito mais, quando se trata de política, pela paixão e o fanatismo do que pela razão e a cidadania.

Para ler a parte II, clique aqui.

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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