O livro como meio terapêutico em Viktor E. Frankl. A grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte II

O livro como meio terapêutico em Viktor E. Frankl. A grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte II

   

O livro como meio terapêutico em Viktor E. Frankl. A grande literatura como meio para se conter a obsessão pela política. Parte II

 Continuando a reflexão sobre o livro como terapia à paixão política, através da boa literatura, conforme experiência do dr. Frankl.

Para os que acham que certas práticas políticas a exemplo do  conservadorismo, entre outras,  é algo imaculado, eis o alerta  trazido em “A ideia de uma sociedade cristã e outros escritos” por T.S. Eliot:

“Em uma sociedade baseada no uso do trabalho escravo, alguns homens tentaram provar pela Bíblia que a escravidão era algo ordenado por Deus. Para a maioria das pessoas, a verdadeira constituição da sociedade, ou aquelas que as suas paixões mais generosas desejam promover, está certa, e o cristianismo deve se adaptar a ela. Porém a Igreja não pode ser, em qualquer sentido político, nem conservadora, nem liberal, nem revolucionária. O conservadorismo é assaz frequentemente conservador de coisas erradas; o liberalismo é um relaxamento da disciplina; a revolução é uma negação do que é permanente.”

E concordando com Maritain, no mesmo livro, a respeito da fonte primordial da filosofia política, diz Eliot:

“Como a filosofia política deriva suas sanções da ética, e a ética da verdade da religião, é apenas retornando à eterna fonte da verdade que podemos ter esperança de que, em qualquer organização social, não irá ignorar, até sua destruição total, algum aspecto essencial da realidade. O termo democracia, como eu disse reiteradamente, não tem conteúdo positivo suficiente para se opor sozinho às forças que vocês detestam – ele pode facilmente ser transformado por elas. Se você não aceitar a Deus(e ele é um Deus ciumento), você deverá prestar homenagem a Hitler ou Stálin“.

 Aos que defendem os revolucionários como verdadeiros salvadores da sociedade, nos alerta J.M. Coetzee, citado por Santiago Roncagliolo autor do livro “A quarta espada (a história de Abimael Guzman e do Sendero Luminoso“: “O revolucionário é um homem condenado. Não se interessa por nada, não tem sentimentos, não tem laços que o unam a nada, nem sequer tem nome.

Nele, tudo está absorvido por uma paixão única e total: a revolução. Nas profundezas do seu ser, rompeu amarras com a ordem civil, com a lei e a moralidade. Se continua a viver em sociedade, é somente com a ideia de destruí-la.

Não espera misericórdia alguma. Todos os dias está disposto a morrer.” O Dr. Frankl” sentiu na carne e no espírito um dos piores fanatismos políticos da história: o Nazismo.

 Preso num campo de concentração testemunhou a forma usada por ele e por outros prisioneiros para manter a sanidade num ambiente infernal: “Que outra explicação poderia ter o que, há decênios, aconteceu no campo de concentração de Therensienstadt? Teve de ser preparado o transporte de aproximadamente mil pessoas jovens para o campo de concentração de Auschwitz, no dia seguinte. Ainda naquela manhã foi constatado que durante a noite fora assaltada a biblioteca do campo de concentração. É que cada um dos apostados para a morte tinha colocado na mochila obras de poetas de sua preferência e também livros científicos.  Era como a provisão de víveres para a viagem para o (por sorte ainda) desconhecido. Diante disso, ousará alguém dizer-me que primeiro vem o comer, depois a moral?”

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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