O mecanismo do bode expiatório de René Girard e os efeitos violentos da pandemia na sociedade.

O mecanismo do bode expiatório de René Girard e os efeitos violentos da pandemia na sociedade.

O mecanismo do bode expiatório de René Girard e os efeitos violentos da pandemia na sociedade.

Assim como os não confinados e não mascarados, os não vacinados serão perseguidos e reprimidos.

Além desses acima, padres, na Irlanda, que celebrarem missa com fiéis presentes na Igreja poderão ser presos. No Canadá, as restrições para participar de uma missa são muito mais graves do que para jogar em cassinos ou comprar maconha.

Os exemplos se multiplicam pelo mundo. São os atuais bodes expiatórios.

As pesquisas de opinião apontam que grande parte da população, em cada país, aprova o uso das máscaras, confinamentos, fechamento ou restrição de Igrejas, vacinação e os que se opõem a isso são “excomungados socialmente” e perseguidos com violência diversas vezes.

O mecanismo do bode expiatório desvendado por René Girard esclarece essa situação de perseguição e violência vivida pelos inconformados com a supressão da liberdade e a imposição de condutas.

No livro “O Bode Expiatório”, Girard explica as raízes dessa violência:

“Diante de todos os linchamentos deve haver uma causa que transcende as situações individuais”

“Ela tem raízes na natureza mimética das relações humanas que é quase sempre discorde, mas pode, em sua efervescência máxima, tornar-se de improviso unificadora e agregar uma comunidade inteira contra uma única vítima. A discórdia dos homens pode sem mais nem menos mudar-se no misterioso e terrificante agregador das comunidades humanas. Para definir esse fenômeno, jamais compreendido totalmente, usamos, sem disso nos darmos conta, um termo bíblico, bode expiatório, que originariamente designava a vítima de um ritual descrito em Levítico. O mundo moderno tirou-lhe o sentido e ampliou o significado desse termo. A busca de um bode expiatório define o processo de contágio violento que ainda é possível observar em qualquer parte do mundo, muitas vezes, mas nem sempre, de uma forma atenuada.”

Dessa forma, a partir desse mecanismo descrito acima, uma comunidade inteira pode se virar contra uma única vítima e já vimos a violência coletiva direta como, por exemplo, o caso de pessoas agredindo outras que não usam máscara.

E indireta, a turba transferindo sua violência mimética e injustificada para o Estado e, por causa disso, policiais podem calmamente prender padres se eles celebrarem missa com fiéis na Irlanda.

É, nesse caso, como escreveu Chesterton no livro “O homem que foi quinta-feira”, sobre a deturpação do papel das Forças de Segurança e aquela maldita transferência: “a disciplina de um exército é a cólera de uma nação”.

Leia também:

Direito como poder moral, a “Teoria pura do direito” de Hans Kelsen e o “eterno retorno do direito natural”

Texto publicado no blog Guedes & Braga.

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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