O PROCESSO DE KAFKA E A CULTURA DO POLITICAMENTE CORRETO
“O PROCESSO” DE KAFKA E A CULTURA DO POLITICAMENTE CORRETO
Joseph K, personagem do livro “O processo”, de Franz Kafka, é julgado e condenado por um crime de suborno que não cometeu.
A trama absurda, de um homem inocente capturado pela armadilha do aparato estatal e que vem a destruir o ser humano, é comum a todos os regimes totalitários.
O livro vai mais além. Mostra a pessoa aprisionada, literalmente e espiritualmente, por um pensamento totalitário que, no caso da mencionada obra, emana do Estado.A burocracia totalitária é uma forma de racionalismo elevado à loucura, que se traduz no absurdo existencial e que leva o indivíduo à destruição.
Nos dias atuais, esse pensamento totalizante é passado pela ideologia do “politicamente correto”, que se imiscuiu em toda cultura ocidental. O Aparato estatal, assim, vem à reboque da cultura e dos grupos de pressão que aprisionam e policiam o ser humano com fins a desumanizá-lo e destruir a alma do indivíduo.
É a cultura do aprisionamento gerada pela ditadura do “politicamente correto”.
Desta, surge uma ética que admite já no enunciado a condenação do indivíduo. Tem-se medo de falar algo genuíno, jocoso ou que incomode a cultura dominante e, então, o ser humano se cala.
Está aprisionado por uma ética que diz a sua consciência que se abstenha de falar, de reproduzir o seu pensamento livre. Caso resista e se expresse, será vítima das mais variadas denúncias.
Terminará imolado, como o personagem Kafkiano, num tribunal, a experimentar na própria consciência, o absurdo e a injustiça.