O problema da moral e seu ensino

O problema da moral e seu ensino

O problema da moral e seu ensino

O ensino da moral e, por conseguinte, das virtudes deve ser incentivado pela família, por educadores, filósofos e por qualquer governo.

É um tipo de discurso amplo e sério que alcança toda humanidade.

No livro “Cegueira moral”, por exemplo, Zygmunt Bauman e Leônidas Donskis deram profundas lições sobre esse problema na modernidade e de como essa “cegueira” torna as pessoas insensíveis ao sofrimento alheio, sendo isso uma marca da maldade dos nossos tempos.

Ensinar a moral, pois, tem o condão de ir ao cerne das questões mais importantes acerca do ser humano.
Não se pode acreditar, de “olhos fechados”, nas concepções relativistas ou ideológicas do conhecimento e comportamento humanos.

A distinção entre o bem e o mal deve ser ensinada. As virtudes têm que ser demonstradas e incentivadas.

O assunto é de extrema relevância. A finalidade existencial do homem está ligada ao problema moral.

Não estamos a falar de moralismo e de pregações fundamentalistas.

Falamos sobre o bem e mal objetivos que são percebidos pela razão.

C.S. Lewis em tudo colocava o aspecto moral. Consta em sua biografia:

“poderia ser política ou economia…independentemente do tema que era tratado, Lewis sempre o virava até o ponto em que se tornava um assunto ou problema moral. Se alguém não achasse que estava envolvido algo moral no assunto, Lewis lembrava que deveria estar.”

Realizar a perfeição da nossa natureza, eis o bem, o fim último da nossa natureza …

Nos imortais versos de Dante, temos essa noção:* “CONSIDERAI VOSSA PROCEDÊNCIA: NÃO FOSTES FEITOS PARA VIVER QUAIS BRUTOS, MAS PARA BUSCAR VIRTUDE E SAPIÊNCIA”

A questão é urgente e há mais um componente importante. Uma vez iniciando-se o ensino da moral, grandes mestres da literatura, filosofia e religião serão divulgados. O engrandecimento moral passa pelo crescimento cultural. Pois o contrário disso é verdade também: a pobreza cultural engendra a degradação moral.

Com relação ao incentivo do governo, o ensino da moral e o conhecimento das virtudes podem ser muito mais eficazes do que programas educacionais que combatam a doutrinação ideológica e política em sala de aula.

O conselho de Claude Allègre, Ministro da Educação da França no Governo de Lionel de Jospin, é exemplo a ser seguido:

“Não tenho medo de falar de moral. A palavra moral desapareceu do nosso vocabulário, como se fosse um nome que metesse medo. A moral cívica começa simplesmente pela moral. O bem e o mal, e o respeito pelo outro são valores que devem ser ensinados sem restrições.”

P.S.: *”Em mim puderam vencer o fervor que me impelia a conhecer o mundo, e dos homens o vício e o valor;

E me atirei ao mar aberto e fundo, com um só lenho e a pequena companhia que ainda era meu dever fido e jucundo

De costa a costa fui até a Espanha, até o Marrocos e a ilha dos Sardos, e outras que aquele mar à volta banha.

Éramos, ele e eu, velhos tardos ao chegarmos do angusto estreito à frente, onde Hércules ergueu os seus resguardos

Para que o homem mais além não tente.
Já os mares de Sevilha transcendidos, como os de Creta, à esquerda mão jazente:

Ó irmão, disse eu, que por cem mil, vencidos, perigos alcançastes o ocidente, a esta vigília dos nossos sentidos,

Tão breve, que nos é remanescente, não queirais recusar esta experiência, seguindo o Sol, de um mundo vão de gente.

“Considerai a vossa procedência:
Não fostes feitos para viver quais brutos, mas para buscar virtude sapiência”
(A Divina Comédia, Inferno, Canto XXVI. A explicação de Ulisses após pergunta de Virgílio)

Para mais textos sobre filosofia, clique aqui.

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Luís Fernando Pires Braga

Advogado.

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