A Face totalitária da democracia II
A Face totalitária da democracia II
Toda democracia tem valores. Ninguém pode negar isso. Ela própria tornou-se um valor absoluto.
Quando dissemos que a democracia tem uma “Face totalitária”, o fizemos não para denegri-la e sugerir uma ditadura, mas, ao contrário, para defendê-la.
Resguardá-la dos manipuladores ou aproveitadores que a transformam em instrumento de censura, perseguição e violação de direitos humanos.
O remédio para consertar “uma espécie de democracia totalitária” é mais democracia, é a democracia realmente participativa.
No entanto, o que se vê na democracia hoje, de maneira ostensiva, é um governo do povo com representantes manipuladores que usam valores oriundos da modernidade ou da pós modernidade, da pós cristandade para formular legislação, decidir judicialmente e influenciar culturalmente. É curioso que esses valores hauridos nessas concepções acima sejam contrários à vida e à religião.
Os manipuladores democráticos absolutizam a democracia, ou usam aqueles “novos” valores para justificar qualquer medida tomada em nome dela.
A questão, como disse bem Rèmi Brague, é que além da legitimidade política que o povo confere à democracia, esta “evolui” para ser a única fonte ética, o único valor. Ganha status de “Imperador merovíngio”, como sugeria Eliot, para poder tudo e a tudo justificar.
Então, onde estão os outros valores que emanam da religião, da lei natural, da ética e que devem também alimentar um regime democrático?
Eles são enterrados ou não podem mais ser alegados para defender um direito, desenvolver e proteger a cultura.
Para exemplificar, em determinados países democráticos, quem agir contra ou alegar que o aborto é infenso à lei natural, contra a religião, contra a própria natureza da medicina pode ser preso ou censurado. E é tudo legal, legítimo e democrático.
Eis a face totalitária na prática:
Na Inglaterra, um juiz obrigou uma mulher a abortar; na França, o Supremo tribunal mandou matar de fome e sede o jovem bombeiro tetraplégico Vincent Lambert ao retirar seu suporte vital; Na Argentina, um médico foi condenado à prisão por ter salvo de um aborto mãe e filho; na Suécia, existe uma moção para permitir a necrofilia e o incesto; No Canadá, dois gêmeos se suicidaram por causa da ideologia de gênero, etc
Os casos se multiplicam.
Repita-se: é tudo legal, legítimo e democrático.
Com efeito, não precisamos jamais ser contrários à democracia, mas precisamos ser contrários a esse tipo de democracia que desvaloriza a vida humana e persegue os seus defensores.
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