Dante contra os blasfemos
Dante contra os blasfemos
Para além dessas ofensas e polêmicas causadas por blasfemadores modernos, é uma pena que não haja gente disposta a defender a religião contra a blasfêmia por meio da poesia também.
Muitas respostas sisudas e processo, mas nada de colocá-los no seu devido lugar!
Recorrerei a um nome infalível para assim fazer justiça: Dante Alighieri!
Na Divina Comédia, no sétimo círculo do INFERNO, terceiro giro, podemos encontrá-los.
É evidente que os blasfemadores modernos não têm o mesmo gabarito dos antigos, mas os coloquemos lá por misericórdia.
Entre outros que se encontram em pé e continuamente andando, deitados num areão quente sob uma chuva de chispas de fogo estão os blasfemos e chegam Dante e Virgílio:
“E então chegamos onde se desparte do terceiro o segundo giro. Espreita-se daqui da Justiça a terrível arte.”
“O lugar era um árido areão semelhante à planura percorrida pelos pés, noutros tempos, de Catão.”
“Ó vingança de Deus, como temida deve ser por quem, lendo-me a reporte a essa cena me era oferecida!”
“De almas nuas havia vária coorte: todas choravam miseravelmente, e era aparente a sua diversa sorte”
“Supina ao chão jazia alguma gente, outra sentava toda reunida, caminhava outra continuamente.”
“Mais numerosa era essa turma erguida, menos a que jazia para o tormento, mas tinha à dor a língua irreprimida.”
“Sobre todo areal, em jorro lento choviam chispas de fogo dilatadas, como de neve em montanhas de vento.”
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